ESTE BLOG FOI FEITO EXCLUSIVAMENTE SOBRE A VIDA E OBRA DA MAIOR CANTORA MODERNA BRASILEIRA DE TODOS OS TEMPOS. SÃO MAIS DE QUARENTA ANOS DE UMA TRAJETÓRIA BRILHANTE DESSA ESPETACULAR ARTISTA. ELA COMEÇOU COMO MARIA DA GRAÇA E HOJE SEU NOME É GAL.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

"As Divas do Rádio Nacional" presta homenagem a ícones do rádio

Estrelas dos 'Anos Dourados'

Fabiano Chaves
A família reunida em torno de um aparelho de rádio, diariamente. A cena, comum outrora e impensável nos dias de hoje, remete aos anos 1940 e 50, período em que pais, mães e filhos paravam para ouvir e cantar junto com estrelas do cancioneiro popular brasileiro.


Foi nessa época, intitulada "Era de Ouro" do rádio, que cantoras e cantores emocionaram milhares de ouvintes e eternizaram suas vozes na música brasileira. Para registrar esse momento da cultura m
usical do Brasil, o escritor alagoano Ronaldo Conde Aguiar acaba de lançar o livro "As Divas do Rádio Nacional" (Editora Casa da Palavra, 272 págs., R$ 58).
Doutor em sociologia e professor aposentado, Ronaldo Aguiar, já residindo no Rio de Janeiro, viveu a fase de ouro da Rádio Nacional, da qual era ouvinte assíduo. Com tamanha paixão pelo veículo, o autor tornou-se um profundo pesquisador e conhecedor do tema, o que culminou com o livro "Almanaque da Rádio Nacional", publicado em 2007.
"A nova obra é um complemento do 'Almanaque'. Mas a principal motivação em criá-la foi de ordem pessoal. A Rádio Nacional teve muita influência na minha formação, e a música teve um papel fundamental", relembra o autor que, quando garoto, protagonizava com sua família a cena prosaica tão comum na primeira metade do século XX.
O livro presta uma espécie de tributo a Dolores Duran, Maysa, Emilinha borba, Marlena, Zezé Gonzaga, Dalva de Oliveira, Ademilde Fonseca, Elizeth Cardoso, Ângela Maria, Nora Ney, Linda Batista, Isaurinha Garcia, Dircinha Batista e Inezita Barroso. Quatorze divas que se tornaram ícones do rádio e da música brasileira.
"Elas foram extremamente representativas, algumas delas indispensáveis. Poderia ter colocado outras, mas tive limitações, como a falta de informações", explica Aguiar.
No livro, o autor dedica cada capítulo a uma intérprete, à exceção das irmãs Dircinha e Linda Batista, que dividem o mesmo. histórias de glamour, escândalos, rivalidade, tentativas de suicídio, amores e decadência dão o tom dessas biografias, algumas delas totalmente desconhecidas.
Vale mencionar casos divertidos, como o de um homem que diariamente ia ao Little Club, no Rio de Janeiro, ver e ouvir Dolores Duran cantar e ordenava ao maître da casa: "Manda a negrinha cantar 'Menino Grande'". Enfurecida com as cenas que observava do homem, mas acatando aos pedidos (o sujeito mencionado consumia muito no local), a cantora comentou o caso com o amigo Billy Blanco, que fez a canção "A Banca do Destino". Todas as noites, ela olhava para o arrogante cidadão e cantava: "Não fala com pobre, não dá mão a preto, não carrega embrulho. Pra que tanta pose,doutor? Pra que esse orgulho?". A essa se juntam, "Outras histórias, muito tristes, como das irmãs Batista". Elas eram ótimas cantoras, ostentavam uma vida de luxo e glamour. Getúlio Vargas declarava publicamente um imenso afeto por elas, que passaram os últimos dias de suas vidas em um manicômio. Morreram completamente na miséria, diz Aguiar.

Segundo ele, nenhuma das cantoras retratadas na obra dominou completamente o período, havendo uma competição permanente, principalmente entre Marlene e Emilinha Borba, rivais históricas. "O que era muito bom para nós, ouvintes e amantes da música".

COROAÇÃO DE ÂNGELA MARIA

Em 1954,
Ângela Maria foi eleita Rainha do Rádio, obtendo o total de 1.464.906 votos. Para se ter idéia do prestígio da cantora, os votos totalizaram quase metade do número obtido por Getúlio Vargas nas eleições de 1950. A consagração veio um ano depois, quando a intérprete pisou no palco do Maracanã. Flamenguista doente, ela foi convidada para entregar as faixas de tricampeões cariocas aos jogadores e foi ovacionada por mais de 100 mil pessoas.
Fonte: Jornal O Tempo - Belo Horizonte
www.otempo.com.br

Segunda feira, 30 de agosto de 2010.


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