ESTE BLOG FOI FEITO EXCLUSIVAMENTE SOBRE A VIDA E OBRA DA MAIOR CANTORA MODERNA BRASILEIRA DE TODOS OS TEMPOS. SÃO MAIS DE QUARENTA ANOS DE UMA TRAJETÓRIA BRILHANTE DESSA ESPETACULAR ARTISTA. ELA COMEÇOU COMO MARIA DA GRAÇA E HOJE SEU NOME É GAL.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Gal Costa

Cabelos black-power, vestidos curtíssimos e uma voz aguda que encantou o país dominado pelos militares. Em 1969, Gal Costa não podia mais ser a Gracinha, que, com seu canto doce, foi considerada uma versão feminina de João Gilberto ao ser descoberta na Bahia. Uma nova atitude era necessária. "Eu vivia uma fase de descobertas, e a minha história se misturou com aquele momento do Brasil", lembra ela, que virou porta-voz do Tropicalismo depois da partida de Caetano Veloso e Gilberto Gil para o exílio em Londres. "Muitas pessoas me olhavam com desdém nas ruas, mas precisava ser arrojada e mostrar outros aspectos da minha personalidade, seja no visual ou no repertório".

Com o passar dos anos, Gal aderiu a outros figurinos e atitudes. Deixou de subir ao palco com os pés descalços, como na década de 70, para usar salto alto e vestidos de paetê na virada para os 80. Fez sucesso à exaustão nas FMs e ainda desnudou os seios no show O Sorriso do Gato de Alice, em 1994. "Mas minha essência sempre foi o canto", garante ela. Aos 58 anos, Gal se dá ao direito de voltar a ser a Gracinha. Seu novo CD, Todas as Coisas e Eu, é a perfeita tradução da maturidade da menina de voz doce que aprendeu com os discos de João Gilberto. "Meu canto, hoje, tem muito mais qualidade e segurança", afirma a camaleoa de outros tempos, que volta às origens para assegurar que a verdadeira Gal é uma grande cantora, independente do estilo.

Reportagem de 2003.

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