ESTE BLOG FOI FEITO EXCLUSIVAMENTE SOBRE A VIDA E OBRA DA MAIOR CANTORA MODERNA BRASILEIRA DE TODOS OS TEMPOS. SÃO MAIS DE QUARENTA ANOS DE UMA TRAJETÓRIA BRILHANTE DESSA ESPETACULAR ARTISTA. ELA COMEÇOU COMO MARIA DA GRAÇA E HOJE SEU NOME É GAL.

domingo, 22 de março de 2009

Gal Costa canta em salvador e promete fazer show dedicado às mulheres

A cantora Gal Costa promete fazer um show dedicado às mulheres sobre o mar do Porto da Barra, neste sábado, 7, pelo Projeto Espicha Verão.

“É muito justa e grandiosa essa homenagem. Como mulher baiana, sinto-me orgulhosa em participar deste evento“, disse ela, em entrevista para A TARDE.

Prevista para começar às 21h30, a apresentação tem formato acústico, com a voz de Gal acompanhada apenas por um violão, como a intérprete brasileira vem se apresentando atualmente.

“Já fiz shows com bandas grandes, quarteto, orquestra..., mas neste formato voz e violão é muito gostoso. Acho que o público sempre sonhou em me ver nos palcos apenas acompanhada por um violão“.

Ela promete trazer para o palco, armado sobre uma escuna, um repertório que reúne músicas de vários compositores brasileiros. “É claro que em todas elas a homenagem à mulher está implícita. Citarei aqui apenas três, que são Meu Bem, Meu Mal, Você Não Entende Nada e Camisa Amarela”.

Atração do projeto Praia 24 Horas no ano passado, a cantora realça a boa idéia de fazer do Porto da Barra a locação para shows. “Fiz no ano passado e fiquei feliz. As pessoas nadando em frente ao palco, é lindo, as pessoas na praia, longe, escutando. A sensação de cantar a céu aberto é demais!”.

A passagem por Salvador, segundo Gal, também é motivo de alegria. “É a minha terra, onde nasci e cresci com o sonho de ser cantora. Andar por Salvador, cantar em Salvador, é sempre uma grande viagem pelo tempo. Fico muito emocionada quando canto na minha terra”.

A programação do Espicha Verão começa às 13 horas, com shows de Stela Maris, Andréa Daltro, Noeme Bastos e Clécia Queiroz. Às 16 horas, acontecem apresentações de grupos da cultura popular. Às 19 horas, cantam Claudia Cunha, Juliana Ribeiro, Manuela Rodrigues, Mariela Santiago e Samba das Moças. Às 23h10, após o show de Gal Costa, apresenta-se a banda Eme XXI.


Leia na íntegra a entrevista de Gal Costa.

A TARDE | O que significa para você cantar em Salvador?
Gal Costa | Cantar em Salvador é sempre especial para mim. É a minha terra, aonde eu nasci e cresci com o sonho de ser cantora, andar por Salvador, cantar em Salvador, é sempre uma grande viagem pelo tempo. Fico muito emocionada quando canto na minha terra natal.

AT | Como o show acontece na véspera do Dia da Mulher, pretende dedicar alguma canção a elas?
GC | O show é dedicado às mulheres, essa é a idéia do governo da Bahia que é quem está patrocinando o evento. É muito justa e grandiosa essa homenagem. E como mulher baiana sinto-me orgulhosa em participar deste evento.

AT | Você tem feito muitas apresentações fora do país, recentemente foi elogiada pelo New York Times... Como é essa experiência de levar a música brasileira para outras nacionalidades?
GC | É importante cantar pelo mundo. A música brasileira é muito respeitada fora do Brasil e eu tenho um público grande porque trabalho há mais de 30 anos em outros continentes.

AT | Atualmente você vem se apresentando com o formato voz e violão, em que a percepção da voz se torna muito mais clara. Não é toda cantora que encara um projeto acústico. Você gosta de cantar assim?
GC | Gosto. Já fiz shows com bandas grandes, quarteto, orquestra, mas neste formato voz e violão é muito gostoso. Acho que o público sempre sonhou em me ver nos palcos apenas acompanhada por um violão.

AT | Pode citar algumas canções que pretende mostrar no show de sábado?
GC | Cantarei varias canções de diferentes compositores. É claro que em todas elas a homenagem a mulher está implícita. Citarei aqui apenas três, que são: Meu Bem, Meu Mal, Você Não Entende Nada, Camisa Amarela e muitas outras.

AT | Você já participou do projeto Espicha Verão. Como avalia essa iniciativa?
GC | Nunca participei, não. Acho bacana os projetos baianos. O baiano gosta de música, de dançar. É um povo alegre por natureza. Acho que todo projeto cultural é importante.

AT | Gosta do formato, de um palco armado no mar?
GC | Gosto muito. Fiz no ano passado e fiquei feliz. As pessoas nadando em frente ao palco..., é lindo. Ver as pessoas na praia, longe, escutando. A sensação de cantar a céu aberto é demais!


A TARDE On Line: Cultura - 06/03/2009 às 19:26

Gal Costa e Helô Pinheiro estrelam exposição da Pirelli, no MASP


06/03/09 - 11h36 - Atualizado em 06/03/09 - 11h36



Gal Costa e Helô Pinheiro estrelam exposição da Pirelli, no MASP
Mostra chega a 17ª edição com 80 imagens
Do EGO, em São Paulo




Imagens clássicas de Gal Costa em 1982 (por Vania Toledo), e Helô Pinheiro no auge como Garota de Ipanema, em 1960 (por Milan Alram), integram a 17ª mostra da Pirelli. A exposição comemora os 80 anos da Pirelli no Brasil e acontece de 12 de março a 3 de maio, no Museu de Arte de São Paulo.

Gal celebra 40 anos do primeiro álbum e curte o filinho Gabriel.




Gal celebra 40 anos do primeiro álbum e curte o filinho Gabriel.



De musa a diva
Quarenta anos depois do seu primeiro e tropicalista álbum solo, Gal Costa (considerada uma das grandes vozes femininas do mundo pelo jornal "The New York Times") planeja novo disco e curte viver de novo em Salvador, onde mora com seu filho de 4 anos.
Gal celebra 40 anos do primeiro álbum e curte o filinho Gabriel.
Gal Costa iniciou a carreira fonográfica em álbum dividindo "Domingo", com Caetano Veloso, um trabalho de canções intimistas e atmosfera bossa-novista. Dois anos depois, já tendo passado pelas águas revolucionárias da Tropicália, influenciada por Roberto & Erasmo, Janis Joplin e com seus amigos exilados ou calados pela ditadura militar, a filha de Mariah Costa Penna e Arnaldo Burgos mudava de postura ao lançar seu primeiro (e homônimo) álbum solo pela Philips (atual Universal)
"A vivência do tropicalismo e de toda aquela época foi fundamental para fazer o disco. Eu sabía que tinha que criar meu próprio espaço, evoluir e me transformar. Eu e Gil, ouvíamos Jimi Hendrix, Janis Joplin e Beatles", conta Gal Costa, 63, à reportagem do CORREIO no salão da luxosa Mansão dos "Cardeais, no Campo Grande, onde mora- a estrela do axé Ivete Sangalo reside no mesmo prédio.
Com arranjos de Rogério Duprat (produtor), Gilberto Gil e Lanny Gordin (guitarrista), o álbum trazia pérolas como Não Identificado (Caetano Veloso), Namorinho de Portão (Tom Zé), Saudosismo (Caetano), Se você pensa (Roberto & Erasmo), Baby (Caetano), Sebastiana (Rosil Cavalcanti) e Que Pena (Jorge Ben).
Transformou a cantora em musa solitária dos tropicalistas (então expatriados)e entrou para história: em 2007, a revista Rolling Stone o elegeu como o 80º melhor disco brasileiro de todos os tempos.
Vocês tinham noção do quanto inovadores estavam sendo, Gal?
"Acho que Caetano tinha total consciência da importância de renovar a linguagem da música brasileira, de tornar a sonoridade mais elétrica, mas havía os militares e um tempo que não aceitava tantas novidades. De qualquer jeito, só percebemos isso melhor com o distanciamento que o tempo traz. É sempre assim na vida", responde.
De Gracinha a Gal. Conservando sua modernidade quatro décadas depois, o álbum também foi responsável por transformar a tímida Maria da Graça ou Gracinha, a Gau do apelido familiar, na mulher de atitude Gal Costa. O empresário/teórico tropicalista Guilherme Araújo (1937-2007), com quem a cantora, Caetano Veloso e Gilberto Gil moraram durante quatro anos em São Paulo, teve papel importante nessa repaginação.
"Os anos que passei em São Paulo foram difíceis, trabalhava muito ganhava pouco. Algumas músicas do disco eu já cantava no show no Teatro Arena. O show depois foi para Rio de Janeiro, no Teatro Sucata.Foi um grande sucesso, tinha gente que ia ver dez vezes (risos). O cenário era de Hélio Oiticica e a banda Os Brasões tocava comigo. Logo, com o disco nas lojas e as rádios tocando muito Que Pena, as coisas começaram a melhorar e pude levar minha mãe para morar comigo", lembra.
Na tarde ensolarada com vista privilegiada para a Baía de Todos os Santos, Gal Costa afirma que, após Sampa das avenidas Ipiranga, São João e Paulista, foi fácil se adaptar ao Rio de Janeiro. Na Cidade Maravilhosa, ela se tornou musa da contracultura (anos de 1970) e cristalizou a condição de ser una das três maiores cantoras da sua geração, ao lado da conterrânea Maria Bethania e da gaúcha Elis Regina (1945-1982)
"O Rio têm mar, não é? . E a gente baiano, adora o mar" (risos). E talvez, por nunca ter esquecido o mar e a brisa de Salvador, foi que a cantora há 12 anos fez caminho de volta e comprou uma boa casa na Curva da Paciência, bairro do Rio Vermelho. Como era complicado cuidar da residência, que sofria com os problemas de maresia, vendeu o imóvel e adquiriu um apartamento no metro quadrado imobiliário mais caro da capital.
"A cidade de Salvador mudou muito, mas ainda é mais tranqüilo para se viver do que em São Paulo ou Rio de Janeiro. Levo uma vida pacata aqui. Por outro lado, para quem viaja muito como eu, principalmente quando faço show no exterior (o que é freqüente), às vezes é complicado, porque você está cansada e são mais duas horas de voô para chegar em casa. Mas a cidade continúa linda. Uma das poucas coisas que faço ressalva é o comportamento do baiano no tránsito, inclusive do pedestre, que atravessa a rua em qualquer lugar, fora da faixa" , diz.
O filho Gabriel.
A vivência soteropolitana da artista inclui, entre outras atividades comuns, compras na loja Perini (Graça), idas no Teatro Vila Velha e passeios em automóvel pela cidade e pela Linha Verde.
Nada, porém, que se compare ao prazer da maternidade que Gal Costa desfruta com o pequeno Gabriel , de 4 anos. Com olhar terno, ela conta que ele mudou sua vida completamente.
"Não pude ter filho por problemas físicos, mas, graças a Deus, agora tenho Gabriel.
Toda mulher devería ter filho.
A maternidade é uma coisa trasnformadora, seja ela biológica ou não, porque ser mãe está ligado sobretudo, ao amor, ao afeto, ao cuidado e proteção. Por felicidade do destino, Gabriel até se parece físicamente comigo, com meu pai. Talvez de tanto afeto, eu ache que ele esteja parecido comigo físicamente. Isso acontece mesmo", diz, ao risos, a senhora tropicalista.
Projetos.
Sem lançar álbum de material inédito desde Hoje (2005), quando interpretou novos autores, como Moreno Veloso e Péri, a cantora planeja novo disco para este ano, mas prefere não adiantar detalhes.
Recentemente, passou dois meses de férias em Nova York, cidade que adora e onde recebe resenhas e elogiosas de jornalistas importantes, como Ben Ratliff, do The New York Times. No auditório do jornal, aliás, ela participou de um debate com a jazzista Cassandra Wilson- sobre grandes vozes femininas atuais, intermediado por Ratliff.
Há algum tempo, Gal Costa, tal como diva americana do jazz, tem sentido prazer especial em interpretar clássicos. Para quem espera que ela, hoje, seja transgressora como nos anos 70, um recado: "É algo meio burro. Aquela Gal era fruto daquela época. Não faría sentido hoje".



Data: 22/03/2009